The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


sexta-feira, 1 de setembro de 2017

AudioLovro: Esaú e Jacó

Esaú e Jacó. Pedro e Paulo. O império e a república. Um história que se repete e se repetiu nos muitos golpes de Estado. Nessa história de Machado de Assis passa-se pela deposição de D. Pedro II e a tomada do poder por Deodoro. Os opostos, a divisão, a polarização de sempre, que só agora parece que se descobriu existir, mas já existia desde que os portugueses aqui chegaram. Mesmo antes, entre as tribos, já havia.

Paulo republicano. Pedro imperialista. Os gêmeos como a cartomante do morro do Castelo havia advertido Natividade, a mãe, ainda grávida, que os filhos teriam problemas. O pai espirita, achava que eram a reencarnação dos apóstolos e se os próprios pais eram polarizados concluíam que vinha dai, os filhos, cada qual ir para o lado oposto.

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Pedro é o conservador. O que não quer mudanças. O coxinha do século 19.

Paulo é o revolucionário a moda francesa. Não necessariamente ele é de esquerda. Ele ainda é um burgues, muito provavelmente de direita. Pedro é Paulo são a mesma classe que se alterna no poder. Pedro e Paulo são gêmeos idênticos, portanto mesmo sendo de opiniões diferentes, eles representam mais do mesmo.

Além de os gêmeos brigarem por tudo e por política eles também brigam por Flora. A moça não se decide nem por um nem por outro. Machado parece dizer através de Flora que nem a monarquia, nem a república, mas acima de qualquer regime. enquanto uma meia duzia se apossa do país, o povo está esquecido e nada e nem ninguém se importa com ele. Só há o poder, e as benesses desse poder às custas do sofrimento de todos que se afligem vendo o que se passa e nada podem ou não querem meter-se na briga porque não sabem que o país lhes pertence mais que a essa meia duzia de políticos que dele dispões como se fosse um bem próprio.

Se já Machado de Assis a essa época chamava-nos a atenção pra que abrirmos os olhos e pouco adiantou. Continuamos adormecidos achando que o Brasil não é nosso e deixando-o ser depenado por agora pouco mais de meia duzia de ladrões.

Golpes deveriam ser sucedidos por revoluções, mas os revolucionário enriqueceram e os mais pobres não tem força para lutar. Foram domesticados pela tecnologia paralelizar que forma cada vez mais zumbis.

No fim Pedro e Paulo seguem sendo quem sempre foram. Nada os muda para sempre. Eles podem fingir uma trégua para agradar a mãe, mas tão logo ela esteja morta, voltam ao mesmo humor de sempre.

Muito oportuno ler-ouvir Esaú e Jacó neste momento.

A experiência de ouvir dessa vez foi boa. Vou repeti-la com outros livros.



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