The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


terça-feira, 23 de junho de 2009

Villafranca del Bierzo-O Cebreiro-28Km


Encontrei os franceses e fui com eles até a saída da cidade. Há dois caminhos: um que vai pela trilha e outro pela beira do asfalto. Fomos pela beira do asfalto dessa vez. O francês ainda estava se lamentando pela escolha do dia anterior. Agora só rindo. Não consegui acompanhar o passo deles e fiquei para trás.

Meus pés doíam muito e de 5 em 5Km parava para massagear a sola dos pés. Encontro com os italianos e tiramos fotos.

Paro em um posto para tomar café e ir ao banheiro. Dali entro na trilha que segue o traçado da rodovia. Ora cruza para a esquerda ora para a direita passando por dentro dos vilarejos.

Vou ficando sem água mas há fontes pelo caminho. Os italianos ficam em La Fiaba. Sigo até o Cebreiro. A subida é desgastante e parece que não acaba mais. Passamos por estrebarias. Vai ser muito frequente passar por estrebarias na Galícia.

Há uns 3Km de o Cebreiro tem um albergue privado mas como não tinha reservado nem adiantava parar ali. Segui a diante. Já começava a ventar e as nuvens estavam baixas.

Há um marco de entrada na província da Galícia. Passo por ele e tiro uma foto.

Está frio e uma garroa fina começa a se formar. Não poderia ser diferente. Mal se põe o pé na Galícia e se é recebido pelo clima típico da região.

Entro no albergue que é enorme e moderno, mas lá dentro logo vem a decepção. O Albergue da Xunta da Galicia não é nada mais que cama e banho. A cozinha é apenas uma peça vazia com pia e fogão, mas sem utensílios o que a torna inútil. Não há máquinas de café, nem internat e assim será nos outros albergues da Galícia. Para piorar O vilarejo não tem nada mais que dois hotéis, um mercadinho, uma loja de lembrancinhas e o albergue municipal e a igreja.

Logo uma bruma encobre tudo. Descubro que meu sabonete acabou e vou a cata de onde comprar um. Acho no mercadinho e já compro pão e outros coisas. Os preços do mercadinho são abusivos. É o único no lugar e somos obrigados a comprar sem reclamar ou ficar sem. Depois decido não tomar banho e nem lavar roupa ali porque a umidade é tão grande que não vai secar nada. Durmo um pouco e vou ao bar Venta Celta e tomo um café com leite e peço um pedaço Tarta de Santiago. É a primeira vez que como Tarta. Depois daqui vou comer um pedaço quase todas as vezes que encontrar.

Depois das 18:00 o sol aparece, mas não vai muito longe. Não há o que fazer a não ser dormir.

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