The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Homens: Sejam menos pinto e mais ser humano

Muitas vezes quando viajo me vejo, por proteção, tendo que inventar histórias, e mentir sobre minha condição, para evitar problemas. Mas há momentos que me cansa isso e decido falar só a verdade. Nem sempre funciona.

Outro dia cheguei no aeroporto e estava esperando o ônibus para voltar para o centro da cidade e ir para a rodoviária. Ai estava conversando com um cara que faz as vezes do Uber numa cidade que não tem o serviço. Um tipo motorista de luxo, porque cobra algo como 150,00 para levar as pessoas ao aeroporto. Ai um outro cidadão que trabalha numa máquina que embrulha as malas entrou na conversa e se ofereceu para me levar  até o centro porque ele ia lá no banco. 

Ok, o ônibus até chegou antes dele terminar seu turno, mas como aceitei a carona, vamos lá. O motorista de luxo me disse que o cara era de confiança. Pois sim. Fomos conversando e ele perguntando as perguntas de sempre. A ficha cadastral da pessoa. Sempre abomino esse tipo de abordagem porque precisa saber tudo sobre alguém que supostamente nunca mais irá ver na vida. 

Mas respondi com bom humor e educação. O cara não se conformou por eu não saber dirigir e não ser casada, não ter filhos. Me senti na Índia ou num país muçulmano, onde não ser casada e não ter filhos, homem de preferencia, te torna uma coisa qualquer, sem valor nenhum, imprestável.

Tudo bem, relevei, até ele sugerir me levar até a rodoviária. A conversa estava boa, segundo ele. Que disse ser separado. Pois, o tipo pegou na minha mão e eu retirei-a gentilmente, sem esboçar nenhuma agressividade. Ele não pareceu ficar incomodado e eu a pensar, ah, se encontro aquele motorista que me disse que o cara é de confiança. Claro, ele nunca vai assedia-lo por isso não corre nenhum risco. 

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Homens! Se eu tivesse falado que era casada, com filhos, falado que moro em outra cidade, que trabalho com outra coisa, Só menti meu nome e sobrenome, dessa vez. Por que vai que o cara resolve ir me procurar onde moro. E precisa ser assim? Infelizmente precisa.

Eu sinceramente não acho homens confiáveis. Elas põem o desejo na frente da razão, Sempre ou quase sempre. Pelo menos os latinos. Não conseguem separar as coisas. Há uma hora ou momento apropriado para expressar desejo, mas eles parecem ignorar esse fato e ficam ligados na tomada do desejo o tempo todo. Eu não fico. Não sou assim. E não vou nunca entender esse lado homem-tarado de ser.

Se as futuras mães e país não tomarem uma atitude no sentido de educar o desejo de seus meninos o mundo nunca será melhor e seguro para todos. E o Brasil está na idade das cavernas nesse item. 

No fim da linha, ele me pediu se eu tinha telefone. Disse que não e agradeci a carona-cantada. Fui embora rindo. Meu tempo de indignação já se gastou. Agora só rio dos tipos assim. 

Nas próximas vezes que passar no aeroporto terei que evitar o tipo.

Alguém pode até achar que a cantada é livre. Eu não acho. 

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