The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


segunda-feira, 30 de julho de 2018

Livro:Rudin

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Rudine de Ivan Turgueniev não é um dos seus livros mais conhecidos. O mais mais de Turgueniev é Pais e Filhos. Lembro de ter lido na adolescência e ter descoberto o termo que parece foi esse autor que citou e definiu pela primeira vez na literatura: Niilismo, o nada. Não crer em nada. Eu sei que deus existe para algumas pessoas, mas para mim é indiferente ele existir ou não. Muda a minha vida porquanto há pessoas que usam-se das premissas religiosas para limitar nossa liberdade, que se põe no lugar de sensoras, onde talvez nem deus estivesse, se fosse um ser de carne e osso. Ou quando o foi em Jesus não fez o que esses falsos profetas estão sempre pregando por ai.

Mas fiquemos com Rudine, o conversador profissional. Era habito nos salões de senhoras ricas ou viúvas haver essa figura de alguém que entretinha as conversas. 
Rudine aparece na casa de campo de Daria, uma viúva e vai conquistando-a com seu discurso. Ela se encanta com ele, mas sua filha também. Quando a filha toma a iniciativa de expressar seu sentimento descobre que Rudine não quer se comprometer com ninguém. Ela descobre que se apaixonou pelas ideias dele. Ele sabe que nada pode oferecer a ela, portanto, mesmo se entusiasmando num primeiro momento, logo lhe cai a fixa. Como quem diz: "Quem sou eu para me apaixonar por uma moça rica?" Ele, de fato, nada tem para oferecer. Nem bens, nem carreira, nem meios de se tornar rico. Ele só pertence aquele meio através das palavras, da conversa. Além disso seria uma ousadia inaceitável querer pertencer sem ter nascido burgues e rico.

Rudine se afasta e segue seu périplo pelo país. Somente no final se saberá que ele tem um gênio que põe todas as suas tentativas de sobrevivência a perder. Ele não se curva, não aceita ser contrariado. Ele se sabota sempre que alguma coisa parece ir pelo caminho do progresso. Ele não consegue ficar, se estabelecer, pertencer. 

Então, o autor lhe arranja um fim que dignifique sua vida. Um fim que justifique ele te-la desperdiçado em andanças sem propósito, em fugas de si mesmo e de todos. Um fim de heroísmo. 

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