Guias ou relatos de viajantes

Não gosto muito de guias tipo Lonely Planet e afins. Um pouco porque me dá preguiça e outro pouco porque deve ter muito jaba naquelas páginas. A gente não sabe o quanto os "pesquisadores" viajaram e realmente vivenciaram o que recomendam.

Por isso prefiro ler relatos de viajantes que tem experiencias em loco. 

Tive uma experiencia desagradável e outra agradável no Caminho de Santiago-Via Portuguesa. Por acaso, naquele ano, alguns dos mais mais autores de guia do Caminho estavam nele para atualiza-lo. Em um hotel-café parei para tomar um café e lá estava uma deles. Um cara que escreve um guia muito popular entre os alemães. Só escreve em alemão. Ele falava com a dona do café e eu me aproximei do balcão para ver alguns guias que estavam ali para venda. Enquanto olhava um guia de mapas do seu arqui rival, a senhora e ele fizeram um comentário depreciativo sobre mim em inglês. Na hora o sangue me ferveu. Acho que até fiquei vermelha, mas não desmascarei a senhora mostrando que tinha entendido o que falavam. Apenas paguei pelo guia e fui embora.

Por sorte, em um albergue de peregrinos, encontro com o outro autor de guias, muito muito famoso, e nada nariz empinado. Um senhor inglês, de seus 80 anos. Uma figura, super simples. Gentil, perguntando como tinha sido o trajeto, se a sinalização estava boa. Um pesquisador, sempre curioso e atento. Ao contrário do outro alemão que se acha. e para o qual alguns estendem o tapete vermelho.

 Acho que estendem para todos, porque ter uma menção num guia é como ter um anúncio permanente no mundo todo. Isso atrai visitantes no seu negócio. É impagável, ou até pagável com regalos, hospedagens, sei lá qual é o tipo de permuta desses autores.

Claro que o guia do alemão eu nunca vou ler por que alemão eu não leio. Mas o do John Brierley eu tenho dois. e super recomendo.