Baleias não pulam de prédios

O que o suposto jogo Baleia Azul nos ensina é que poder e maldades andam de mãos dadas. Mas isso já sabemos. O que precisamos é ensinar as novas gerações para que não aprendam da maneira mais perversa possível; tirando a própria vida. O "mundo" (pessoas, gente) está em crise, mas quando não esteve? Temos essa percepção aumentada porque as coisas nos chegam muito rapidamente. Mas há esperança. Dar poder a alguém fazendo-lhe o que nos pedem é insano. Jogos sempre serão perigosos.

Eu lembro de minhas práticas no zen budismo. De como sempre discutíamos para não endeusar os professores e mesmo assim ainda víamos alguns alunos que tinham um comportamento de mestres ou que perdiam o equilíbrio por achar que já estavam iluminados.

Dar poder a alguém é sempre um risco pois a tentação de usa-lo para subjugar, ou tirar algum proveito do outro está sempre num limiar muito perigoso. Sempre observo com cuidado quem tem poder e poder sobre os outros.

Lembro de Buda que tinha poder ilimitado e nem por isso o usou. Se alguém lhe pedia ajuda ao invés de dizer: "Faça isso que vai ficar bem." Ele costumava dar uma tarefa a pessoa na qual ela mesma aprenderia o caminho ou a solução para seu problema. Isso se chama Sabedoria. 

O que me intriga é quem está por trás desse jogo. Se um dia descobrirem aposto que nos chocaremos ainda mais. Ou talvez nem exista alguém e não passe de boatos. Cada vez mais boatos tem poder de verdade e quando se descobre que são mentiras o estrago pode não ser mais revertido.

O que é mais estranho nesse jogo todo é que ele vem a tona no momento em que a Netflix estava por lançar uma séria que trata justamente do suicídio. 13 razões para. Se o aplicativo foi usado para promover a série, ou os boatos sobre um jogo que leva ao suicidário, isso seria por si só de uma perversidade criminosa.

Como diz o ditado nada é em vão. Que aprendamos alguma lição sobre isso e tão rápido quanto aqueles que se esforçam para criar jogos perversos e assassinos. 

Bem, algumas baleias se matam, mas nós não somos baleias, embora sejamos da mesma classe, os mamíferos. Mas as razões ainda são obscuras.

Estranhamente tudo desapareceu no buraco negro das redes sociais. Nada mais se fala sobre o assunto e provavelmente não se falará, pois falar sobre suicídio é tema tabu, ou seja as pessoas tem medo até da palavra. Tipo quem não fala "câncer" para não atrair a doença.