The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


domingo, 2 de outubro de 2016

Eleições desaceleradas

Na minha cidade, em pleitos anteriores, o costume era disputar votos na bala e no facão. Sim, pessoas morriam ou matavam em nome de sabe-se lá que promessa. Talvez um emprego na prefeitura? Me surpreendeu o marasmo dessa eleição. Os candidatos se limitaram a bater na porta das pessoas ou deixar "santinhos" debaixo dela. Não vi carros de som gorjeando dia e noite. Um único candidato a vereador tinha carro de som com musiquinha. Comício não soube se teve. Só tem dois candidatos a prefeito e só um apareceu na minha porta para pedir votos, mas não votarei nele. O inusitado é que aqueles que nunca jamais nesse mundo votariam num determinado partido, se verão na incomoda situação de votar nele pois o vice do prefeito é desse partido. E assim seguem os arranjos que sempre serão fieis ao cinismo tipicamente politiqueiro.

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Meus pais não precisam mais votar, mas minha mãe insiste em votar. Eu não insistirei. Quando chegar setenta anos se ainda for obrigatório me afastarei das urnas para sempre. Já não me agrada votar agora. e nem sempre voto. Voto para prefeito porque percebo que há um retorno, mas nas eleições para governo, deputados e presidente, às vezes dou um tempo.

Vi algumas pessoas de idade em cadeira de roda indo votar e outros de bengala. Devem se sentir muito patriotas. Pessoas de idade tem a convicção de que se não votarem perderão algum benefício.

O resultado final mostrou uma cidade dividida meio a meio em cada candidato. O que venceu foi por uma diferença mínima. Mas o mais assustador é que a cidade tem pouco mais de 10 mil votantes e só 6500 votaram efetivamente. Os demais ou votaram em branco, ou anularam e alguns não apareceram para votar. Acho que se eu saísse de casa para votar nulo ou branco, eu nem sairia.Mas o fato de nenhum dos dois candidatos me agradarem não me impediu de votar. Nunca votei na opção branco ou nulo. Fico a imaginar se o voto fosse facultativo. Será que venceriam a larga os não votantes? Acho que os não votantes venceram a eleição na maioria das cidades. 

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