The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Ebook: Carol

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Patricia Highsmith é mais conhecida por seus livros de temática policial ou suspense. O aspecto psicológico é bem elaborado nesses livros. Só vim a saber de Carol por ter sido indicado ao Oscar. Highsmith já teve outros livros adaptados ao cinema como: O Talentoso Hipley e O Sol por Testemunha.

Em Carol, o tema é o fascínio de uma garota de 19 anos por uma mulher de 36 anos que está se separando do marido e tem uma filha. Therese conhece Carol na loja de departamentos onde trabalhava como vendedora da sessão de brinquedos. Therese sente uma forte atração por Carol e lhe envia um cartão de Natal. A partir dai elas passam a se ver com frequência na casa de Carol. Therese tem um namorado com o qual planejava passar um tempo na Europa, mas quando Carol a convida para fazer uma viagem de carro por um mês pelo noroeste dos Estados Unidos, ela termina  com Richard e acaba confessando que está apaixonada por Carol. Richard acha que é uma bobagem e que em uma semana Therese vai esquecer Carol.

Therese quer ser cenógrafa e tenta um emprego em alguma companhia de teatro. Consegue um como assistente, mas apenas para  peça que irá estrear logo. Ela faz o trabalho e parte em viagem com Carol.

Por acaso estava zapeando na TV a Cabo de alguém e vi o filme passando. Queria terminar de ler o livro antes de ver.

O filme como sempre faz seus ajustes em favor do que é melhor para a dinâmica cinematográfica. Nele Therese é fotografa e não cenógrafa. Ao invés de comprar uma boneca e uma bolsa, Carol compra um trem elétrico. Esquece as luvas, que serão enviadas por Therese, ao invés do cartão de natal. São arranjos mais românticos. No filme os acontecimentos não são lineares como no livro. Há mais suspense e drama no filme que no livro. São narrativas diferentes com tempos diferentes. O leitor pode esperar cada movimento e o desfecho, quem vê o filme talvez achasse muito lento o tempo do livro.

Recomendo ler o livro primeiro, pois o filme quase sempre exerce o poder de nos bastar. Há poucos cenas de nudez ou sexo no filme. Acho que apenas uma. No livro não há nenhuma descrição explicita, mas há mais contato entre as moças, mais cumplicidade, coisa que não se vê no filme. Therese é mais atuante no livro, em quanto que no filme ela reage pouco ou sempre espera que Carol decida o rumo de suas vidas.Apenas no fim ela parece amadurecer e tomar a decisão que Carol espera dela.

No livro o marido põe um detetive para persegui-las por onde forem com o intuito obter provas,de intimidar Carol e obrigá-la a voltar para ele, sob argumento de que pedirá a guarda total da filha. No livro esse evento é bem longo, mas no filme tudo se resolve em poucas cenas. No filme a decisão de Carol é por sua liberdade. Ela dá um basta na chantagem do marido. Deixa a filha com ele, se separa, diz que se ele não a deixar ver a filha fará com que todos saibam. Seria um escândalo.O marido cede e ela procura Therese que já trabalha no N.Y Times. No livro esse processo é mais longo, menos dramático. Carol resolve sua vida para ficar livre e procurar Therese. Therese tem dificuldade em aceitar esse tempo afastada e acha que Carol a esqueceu.

Highsmith diz que recebeu muitas cartas de leitores agradecendo-a por ter dado um final humano e possível para suas personagens. Em uma época que o fim de uma história assim poderia ser; as personagens sendo afastadas, internação psiquiátrica ou suicídio.

Acho que Carol é um livro cult no meio homossexual, mas nada te impede de ler, pois não tem nada de mais. Conheço livros não gays que são muito piores, se a questão for descrições de sexo. Esse sequer tem sexo, porque não é isso que importa.

o filme
O nome original do livro era The Price of Salt (O Preço do Sal), com o sucesso deste passou a ser editado com o nome e Carol. Escrito em 1952. O filme é de 2015.

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