The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


sábado, 6 de junho de 2015

Ebook: O Colecionador de Mundos


"Oficial do Exército britânico, orientalista e etnólogo, além de tradutor para o inglês de clássicos como As mil e uma noites e o Kama Sutra , Richard Francis Burton (1821-90) foi uma das grandes personalidades do século XIX. Não por acaso, sua vida, repleta de aventuras por quatro continentes, já foi objeto de numerosas biografias e filmes.

Desse incrível repertório de aventuras, o premiado escritor búlgaro Ilija Trojanow escolheu três, a partir das quais dá forma a uma brilhante mescla de biografia ficcional e perspicaz estudo psicológico de uma personalidade que, pouco a pouco, revela-se tão fascinante quanto misteriosa. O colecionador de mundos , tem por cenários principais a Índia em que Burton atuou como oficial e coletor de informações, a peregrinação sagrada de Meca a Medina, de que ele tomou parte disfarçado de muçulmano, e a expedição ao coração da África que acabaria por conduzir à descoberta da nascente do rio Nilo. Nessa narrativa das muitas aventuras e desventuras de um homem notável, Trojanow costura uma polifonia de raro talento literário, dando voz a universos culturais contrastantes." (Texto de descrição da editora. Foi editado)

Richard Burton colocaria no chinelo os modernos aventureiros que saem por ai nas suas confortáveis SUV percorrendo a Cordilheira dos Andes de ponta a ponta ou até chegando ao Alasca, os que sobem o Everest e os que atravessam países à pé, vide Caminho de Santiago. O homem foi algo que faz pensar mais em uma lenda que na realidade, mas tendo vivido nos século XIX onde o tempo estava a seu favor, não duvido que tenha aprendido tantos idiomas quando se diz ter apreendido e saiu a salvo de todas as aventuras para morrer pacificamente em Trieste. Foi o primeiro observador peregrino a caminho de Meca. Nenhum ocidental jamais se atreveria entrar no mundo fechado e desconfiado dos crentes e dos que se aproveitavam deles de todas as formas. Descrevendo mais tarde em livros que deixaram muitos assombrados e sem entender como conseguiu se misturar tão bem ao mundo sem ser percebido. Como aprendeu os idiomas dos locais, idiomas nada fáceis de se aprender. e não apenas falava como lia e escrevia a ponto de traduzir contos das Mil e Uma Noites, Kama Sutra e o Corão.


É interessando saber como a coroa britânica promovia sua expansão. Para quem descobrisse a nascente do Nilo a Sociedade Britânica de Geografia prometia um prêmio que consistia em uma medalha de honra ao mérito, fama e uma pensão vitalicia. Muitas expedições se lançaram nessa aventura pela selva africana. Os custos eram altos e poucos voltavam vivos. Era uma verdadeira corrida e quem chegasse antes à Londres e provasse ter achado a nascente ganhava. Burton e John Hanning Speke chagaram ao lago que recebeu o nome de Lago Vitória em Kampala na Uganda.  Na narrativa apenas Speke foi até a nascente pois Burton estava doente. Talvez por isso Speke tenha se considerado o único merecedor do feito. Para chegar lá partiram de Zanzibar atravessando a Tanzânia pela selva, mas Speke voltou antes à Londres e registou a descoberta sem mencionar Burton que passou o resto da sua vida tentando provar que o mérito era dele também.

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