The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Ebook-Sábado

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Um enredo que não me enredou. Muito lento, mas não sou de desistir. Um médico neuro cirurgião (repleto de jargões do ofício), tem devaneios sobre a profissão, a vida conjugal com esposa, advogada tão atarefada quanto ele.  O filho músico e, a filha que estuda em Paris e logo estará publicando seu primeiro livro de poesia, esconde um segredo. Tudo se passa em Londres. Ele espera a filha para passar o Sábado com a família. O avó rabugento também virá. Até ai nada demais. Alguma coisa irá acontecer nesse encontro.

Há um confronto que envolve a filha e o pai e depois a neta e o avó materno. Um poeta recluso, alcoólatra e pouco dado a mudar de opinião. Aquela pessoa que se tolera por ser da família, mas se não fosse se mandaria as favas. Outro fato se interpõe e torna o encontro mais tenso. 

Enquanto Ian McEwan nos cozinha com olhares pela janela, observações sobre pacientes e intervenções cirúrgicas, especulações sobre o que acontece com os frequentadores da praça em frente a seu prédio, lembranças e reflexões sobre as consequências do Onze de Setembro que ainda tem reflexos sobre a Inglaterra.  Um capitulo inteiro com a descrição de uma partida de Squash após ter levado um soco de um cara cujo carro ele esbarrou quebrando o espelho. Minucias sobre a doença do cara. Temos que nos resignar e esperar até que o pobre enredo nos seja apresentado a conta gotas antes do seu desfecho, para concluir se valeu apena esperar que o autor pegasse tantos atalhos para contar o que queria contar sem ser seco e direto. E tudo se passa num dia só. Um sábado. Um sábado onde se espera que tudo se resolva para que a vida de todos siga em frente. O autor se dedicou a acompanhar um neuro cirurgião por dois anos para entender sobre o assunto e instrumentar seu médico personagem. Acho esse tipo de estratégia no minimo um bom passatempo para quem escreve, mas chato para quem lê. A não ser que quem lê seja um especialista no assunto. Ai pode lhe agradar longas descrições de diagnósticos e cirurgias.

Eu até gostava de livros sobre assuntos de medicina. Li alguns romances do Robin Cook (Coma), e outros que nem lembro mais. Mas isso foi num tempo em que pensava em ser médica.

O que mais parece é que ele inventou toda essa lenga lenga para falar do tema "Guerra contra o Iraque". As manifestações contra a guerra, o temor de retaliações dos terroristas, a vida de quem vive nesses países dominados pelo Al Qaeda, etc. Mas posso estar errada. Porque tanto trabalho para camuflar um assunto do momento. Pelo menos era um assunto do momento quando o livro foi escrito. Ou ele não pretendia  escrever isso, mas não resistiu e colocou o assunto do momento no meio da história. Mais provável.

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