Outra peça de Beckett: "Oh, Belos Dias!" uma das melhores que vi. A peça tem dois atos e portanto não recomendo ir vê-la no horário das 21h principalmente que depende de ônibus e metro, pois acaba quase lá pelas meia noite. eu fiquei apreensivo pois não sabia se naquele dia o metrô fechava às 24h ou a uma da manhã. Ademais a peça é lenta e exige paciência. Começo a char que as peças do Beckett vem com esse selo: Paciência. Mas mesmo por isso e pela falta de paciência o teatro que no início estava quase cheio, no segundo ato, após o intervalo ficou com menos da metade. Eu bem que pensei em ir embora, mas fiquei e não me arrependi pois a peça é muito boa e o gran finale reserva surpresas que quem foi embora não viu.
Winni é uma senhora que está enterrada numa montanha até a cintura e acorda a cada dia espreguiçando-se e seguindo a rotina de tirar coisas da sua bolsa. A bolsa e suas coisas proporciona-na distração até que o dia passe. Além disso ela tenta falar com seu marido (Willi), idoso que se encontra entalado em um buraco a seu lado, mas raramente obtêm alguma resposta do mesmo. Não há o que fazer e o tempo passa fazendo com que a terra em volta lhe cubra todo até o pescoço. Agora Winie não tem mais as mãos para se distrair e mal pode virar o pescoço. As limitações da velhice e a solidão dos mais velhos parece ser o tema central da peça. Mas cada um pode achar o que quiser enfiando-se no seu próprio buraco. Fernanda Montenegro já encenou a mesma peça nos anos 70.
Deu vontade de ler mais Beckett.
O texto de referência é "Happy Days.". Pela Cosac & Naify: "Dias Felizes."
A peça está no Sesc Santana
De metrô é melhor parar na estação Jd. São Paulo
Saia pela Rua Pq. Domingos Luiz e siga até a rua Viri à esquerda ou descendo as escadas.
Depois contorno os fundos do prédio.
A frente fica na Av. Luiz Dummond Villares, 4272.
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