Jack Kerouac demonstra entender bem dos princípios do budismo, mas nem sempre consegue segui-lo. Embora prefira o zen, fala mais dos sutras asiáticos. Segue quase que religiosamente o preceito de abster-se do sexo, mas não de substancias que alternam a consciência: álcool e drogas. Há uma incoerência constante no seu budismo a moda hippie ou budismo alucinógeno, que todavia não pode ser considerado um caminho saudável. Mas explorar seu caminho e descobrir por si próprio o que é apropriado faz parte do caminho. Apegar-se ao "um budismo a moda minha" pode levar a lugar nenhum. Ele apenas satisfaz as aparências, justifica os discursos, pretende ser ensinado, mas não se realiza na prática. Jack dá sinais de ter compreendido o zen como poucos. Ele revela respostas de koans que um aluno normal leva anos para descobrir. Demonstra entendimento do zen "assim como é". Mas desperdiça tudo o que aprendeu pois não consegue se livrar do seu carma, do apego a bebida e drogas. Carma que o levou a morte tão cedo. Talvez Jack só usasse o budisma para justificar sua maneira de viver. Como uma muleta.
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