Em Sampa aguardo conexão à Uberlândia. Logo acessamos o avião e ele taxia pela pista para decolar, mas eis que a turbina não tem potência e depois de algumas tentativas o capitão retorna ao finger para que os mecânicos avaliem a situação.
Nessa hora vem o pânico, o burburinho, "Muda de avião", mas não mudamos. O problema foi resolvido. Todavia os estragos na mente dos tripulantes de primeira viagem já tinham sido feitos. A primeira vez num avião pode ter sido a última.
Do meu lado dois rapazes de Itumbiara: um suava o outro fazia piadas, mas ambos estavam visivelmente com medo. Um deles vira pra mim e puxa conversa:"Eu percebi que de todos vc. foi a que ficou mais tranquila, qual sua religião?" Eu não sei o que a religião tem a ver com isso, mas pensei por milésimos de segundos se falava ou não. Porque sempre me arrependo das perguntas que se seguem. "Sou budista."
"Ah, e o Budismo ensino o que?" Eu poderia ter dito: " A ficar calmo em qualquer situação." Mas ai estaria tirando uma com a cara do mineiro. E ele continuou. "E Buda levitava?" "Não, ele meditava."
Pronto, já estava me arrependendo de ter falado que sou Budista. Decerto ele estava pensando que eu tb. levitava e se acontecesse algum acidente não teria problemas em sair do avião bastava levitar e me mandar.
As turbinas funcionaram e levitaram o avião para seu destino, sem problemas. O capitão informou que chegaríamos a tempo pois iria acelerar. Nem percebi, essa tal de aceleração. A sensação foi de estar levitando.
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