The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quarta-feira, 17 de março de 2010

Até que ponto ler livros influenciam nossas aventuras

Acabo de ver o filme In to the Wild. Na Natureza Selvagem, 2007. Filme dirigido por Sean Penn. O filme foi baseado no livro do jornalista Jon Krakauer outro aventureiro autor de No Ar Rarefeito, e Sobre Homens e Montanhas.
O filme é a história do personagem principal Christopher McCandless que após cumprir com o ritual de se formar na Faculdade, algo tido como entediante para muitos americanos, resolve dar um tempo e sair viajando sem rumo. Começa a viajem com um carro velho e depois de uma enchente ele abandona o carro, queima o dinheiro que tinha e documentos e segue viajando, a pé de carona, em trens. A partir desse momento ele se rebatiza de Chris Supertremp. Chris tem problemas com os pais e após sair de casa nunca mais dá notícias sobre seu paradeiro.

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Ao longo das sua jornada ele faz amizades preciosas e trabalhos temporários para se manter e juntar dinheiro para realizar seu projeto: viver por algum tempo na natureza selvagem com somente o que ela dispor para ele. O lugar escolhido é o extremo Alasca.

Algumas leituras inspiraram o garoto nessa aventura: Thoreau que viveu uma experiência semelhante, porém a beira de um lago tranquilo e não no Alasca. Além deste autor Chris lê com entusiasmo Jack London e Tolstoi.

Resultado de imagem para in to the wildNo início o filme lembra um pouco as andanças de Jack Kerouak, mas a viagem de Jack era muito diferente da de Chris. Jack queria penetrar na natureza de todas as coisas, muitas vezes através do uso de drogas e Chris queria a comunhão completa com a natureza, ser um com ela. Se embriagar dela e ser tomado por completo, embora não tenha feito as coisas de forma harmoniosa o que talvez tenha levado a ser vencido pela natureza selvagem a qual desafiou.
Até que ponto ler livros influenciam nossas aventuras? Acredito que a leitura de certos livros de aventura podem sim nos encher de coragem, entusiasmo e fantasias de que podemos também ir até o cume do Everest,Annapurna e tantos outros. Mas esses livros em geral são relatos dramáticos que beiram a loucura. São muito mais que pura aventura e não há nenhuma garantia de que o que deu certo para um em um milhão dará para você. Haverá sempre o risco a espreita.

O personagem de Na Natureza Selvagem subestimou a natureza em seu romantismo Thoreaureano. Ele ficou aprisionado onde estava e sem poder voltar para a vida comum se apavora e se deixa abater pelo pânico. Seu estado psicológico se deteriora e ele enfraquece fisicamente. Não há mais como voltar e ele se resiguina a ficar ali com e na natureza que ele tanto desejou para sempre.

O filme tem uma fotografia linda. Varias músicas da trilha estão no YT.

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