The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Livro: Go tell it on the Mountain


Resultado de imagem para go tell it on the mountain bookLivro de estreia de James Baldwin tem uma pegada biográfica, como acontece em muitos livros de estreia. Ele se passa no ambiente da igreja, pois Gabriel o personagem central, é pastor. Ele se casa com Débora que está gravida de outro homem que não assumiu a criança. Eles tem mais um filho e duas filhas. John o filho de Débora é visto como um intruso e sofre com a rudeza do padastro. No entanto ele é que vai herdar a carreira de pastor.  Gabriel acaba tendo um caso com uma garota e ela engravida. Para não virar um escândalo na comunidade ele dá dinheiro a ela para que tenha o filho longe dali. Ela vai para Chicago e ao dar a lua a Roy morre. Roy é criado pelos pais dela e sob as vistas de Gabriel que sabe que o menino é seu filho mas não fala e nem o reconhece como filho. Quando Roy sem envolve com uma gangue e é morto Gabriel desaba e conta a verdade a Débora. Ele é afastado da função de pastor. 


Outra história é a de Elizabeth que conhece Richard e tem uma vida feliz com ele até que por engano Richard é preso e sem conseguir provar sua inocência, se mata na prisão. Elizabeth estava gravida e ele morre sem saber. Elizabeth é socorrida pela irmã de Gabriel que morra em N.Y, Florência. Ela arranja emprego e ajuda a cuidar do filho de Elizabeth, John.
Já o outro John, filho de Gabriel descobre que sente atração por um amigo e se tortura com dilema de contar ou não a Gabriel. Esse é o trecho, final, e mais poético do livro. É onde Baldwin já dá uma pista da sua inclinação.

A maior parte do livro se dedica a contar fatos do passado dos personagens. Quando a narrativa abandona o presente John estava na cama depois de se envolver em uma briga onde é atingida por um canivete ou faca. Só no final esse narrativa é retomada.

Embora tenha feito muito sucesso em seu primeiro livro. A escolha da temática gay no O Quarto de Giovanni, decepcionou quem esperava que ele seguisse retratando a comunidade negra e evangélica.
Não é um livro fácil de ser lido pelo excesso de retórica ou discurso religioso.  Para quem está nesse meio sentirá afinidade mas para quem não gosta daquele discurso em que de dez palavras, nove são sobre Deus/Bíblia, fica cansativo. Demorei meses para ler justamente por isso.
Os conflitos entre a vida na igreja e vida mundana são o tema central, então toda a narrativa faz sentido. Atravessa-la é que custa.


Esse livro ainda não tem tradução ao português.

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