The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


terça-feira, 26 de setembro de 2017

Ebook: Ulisses

Minha primeira tentativa com Ulísses foi quando estava na universidade. Lá só tinha a edição do Houaiss e a edição em inglês. Em inglês eu não tinha fluência para ler naquele momento. A edição do dicionarista me pareceu arcaica demais. Um desfavor ao leitor. Não consegui ler. Mais tarde com mais fluência no inglês fui lendo aos poucos. Cheguei a ler uma parte em espanhol, mas só cheguei até a parte três do livro. Esse ano me propus a terminar. Baixei a edição da Bernardina da Silveira, a segunda a traduzir Ulísses. Vou ler tudo de novo, ao pela primeira vez mais uma vez. 
Agora está mais fácil ler. Já percebo coisas que não percebi lendo em inglês, embora para minha surpresa eu ao ler em português me pego lembrando do que li em inglês. Não esqueci do que li.

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Nesse meio tempo entre Houaiss e Bernardina pude ler Os Dublinenses, Os Mortos (contos), O Retrato do Artista quando Jovem. Tenho um estudo do Ulísses e tenho o Finnegans Wake, este sabe-se lá quando lerei. Tudo isso não me faz uma especialista em Joyce. Apesar de que se eu fosse menos tímida poderia sim montar um curso e oferecer a quem desejasse se inteirar da obra de Joyce e do seu mais temido Ulísses, embora eu ache agora que não é um livro tão difícil. Acho que nunca achei que fosse. Há muito mito e falação sobre o livro, o que só afasta as pessoas da fonte. Elas ficam gravitando em torno. Lendo sobre, ouvindo sobre, mas não tem coragem de abrir o livro e mergulhar nele. E é apenas um livro com muitas páginas. Pessoalmente acho que tem livros mais difíceis de se acessar. Por varias razões. O Assim Falou Zaratustra para mim anda não desce. Mas filosofia é outra vibe. 

Nesse intervalo de tentativas pude ler outros livros como a Odisseia em versos, a obra de Shakespeare que é discutida pelo Stephen Dedalus com fervor. 

Também descobri que havia uma versão em mangá e foi o que me estimulou a retomar o livro desde o inicio. 

Talvez no fundo no fundo eu seja mais uma joyceana. Quem sabe?

Quanto ao texto. Vamos aos comentários:

Foi chocante para o leitor do século 20 Dedulus se esfregando nas rochas da praia, exitando-se na imaginação. Um homem como Bloom olhar o traseiro das mulheres e fantasiar como seria tocar seus seios. O próprio Bloom numa cena comum de ida ao banheira relatar o momento em que seu intestino se alivia sentado na casinha do banheiro, ou que a urina sai do seu corpo. Vejam que ele fez pipi sentado. Depois se limpa com uma página da revista que lia. Coisa normalíssima para quem desconhecia o uso de papel higiênico. Quantos naquela época tinham um banheiro dentro de casa? Quiçá a rainha da Inglaterra, e olhe lá. Talvez mostrar que as pessoas vão ao banheiro não fosse o costume da ficção. Não lembo de alguém que o tivesse feito antes de Joyce. Coisas corriqueiras a gente sabe que acontecem e a ficção tem mais do que tratar para ficar discorrendo sobre o toilete de cada personagem.

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