
Kenzaburo Oe, Nobel de Literatura de 1994. Japonês. Tenho lido pouco escritores japoneses. O mais conhecido nos últimos tempos é Haruki Murakami. Mas como me propus a ler um autor asiático na minha lista de leituras... Ao invés de apelar para mais um Murakami decidi escolher um autor que ainda não havia lido. Parece que ele segue o mesmo padrão de Murakami ou os outros escritores seguem o dele. Ou seja a literatura fantástica. Mas não é aquele negócio de dragões para todo lado. Se em Murakami peixes caem do céu, entre outras aberrações. Em Oe, especificamente nesse livro, a aberração é gerar uma criança com um hérnia no cérebro. Uma hernia exposta, para o horror de quem vê. E está visão gera repulsa a ponto de se nominar o bebê de monstro. Há que se esconder da mãe tal anomalia, mas ao pai não há como escapar. Todos esperam que o bebê morra logo. Seria um alivio, mas ele não morre.
Especula-se que o bebe e sua anomalia seja uma alusão a anomalias geradas pela explosão de duas bombas nucleares sobre o Japão durante a II Guerra Mundial. Nagasaki e Hiroshima. Uma anomalia que envergonhou todo o Japão, pois além de todos as mortes, das consequências advindas da exposição da radiação e da permanência dela, a invasão dos americanos colocou o país de joelhos diante de outra nação, de outra cultura. Os americanos obrigaram o imperador a admitir publicamente que não era Deus, mito que mantinha sua soberania ou tirania azeitada diante do povo. O Japão destruído tornou-se servo e servil ao governo americano. Sendo sua constituição foi elaborado por um militar americano e é muito parecida com a constituição dos Estados Unidos. É claro que os americanos "ajudaram" a reconstruir o Japão, embora para muitos, na verdade ajudaram a destruir a cultura própria do país transformando-o em mais um centro de consumo ocidental. Em troca dessa ajuda miríades de bases militares se espalham pelo país. Todas essas questões são refletidas pelos escritores japoneses, mas de forma camuflada. Dai o uso do fantástico como metáfora.
Especula-se que o bebe e sua anomalia seja uma alusão a anomalias geradas pela explosão de duas bombas nucleares sobre o Japão durante a II Guerra Mundial. Nagasaki e Hiroshima. Uma anomalia que envergonhou todo o Japão, pois além de todos as mortes, das consequências advindas da exposição da radiação e da permanência dela, a invasão dos americanos colocou o país de joelhos diante de outra nação, de outra cultura. Os americanos obrigaram o imperador a admitir publicamente que não era Deus, mito que mantinha sua soberania ou tirania azeitada diante do povo. O Japão destruído tornou-se servo e servil ao governo americano. Sendo sua constituição foi elaborado por um militar americano e é muito parecida com a constituição dos Estados Unidos. É claro que os americanos "ajudaram" a reconstruir o Japão, embora para muitos, na verdade ajudaram a destruir a cultura própria do país transformando-o em mais um centro de consumo ocidental. Em troca dessa ajuda miríades de bases militares se espalham pelo país. Todas essas questões são refletidas pelos escritores japoneses, mas de forma camuflada. Dai o uso do fantástico como metáfora.
Todo esse evento ocorre ao personagem narrador que se chama Bird quando ele se preparava para realizar um sonho: Conhecer a África, mas ai a esposa engravida e o pior acontece. A fuga da realidade se torna impossível. Quando um homem está em apuros se refugia na bebida e no sexo e as mulheres o que fariam?
Alguns vão comparar a história com A Metamorfose de Kafka, onde o filho um dia se transforma numa barata e a sua família não tem estomago para aguentar a situação. Por fim ele acaba na lata de lixo e todos vão para um piquenique. A vida segue e o anormal é deixado para trás.
Bird, no fundo não quer deixar o filho para trás. Ele luta internamente para entender o que se passou. busca culpados, mas o filho resite. Não quer morrer e há que se conviver com ele. Todavia depois de aceitar que o melhor seria que o bebê morresse ele se revolta com a possibilidade de estar preso a uma criança em estado vegetativo o que o faria adiar todos os planos que fez antes da criança existir.
Com ajuda de uma colega dos tempos da universidade com quem retoma contato Bird tenta levar o bebê para um médico que faz abortos, mas ao refletir sobre o nome que a esposa lhe escolheu, desiste e leva o bebê para o hospital para que seja operado. A hernia revela-se um tumor e o bebê sobrevive, porém com limitações. Bird decide encarar a situação; O bebê o fez mudar e torna-s responsável.
O próprio autor teve um filho que nasceu com problemas e o livro foi provavelmente uma catarse para o autor.
Com ajuda de uma colega dos tempos da universidade com quem retoma contato Bird tenta levar o bebê para um médico que faz abortos, mas ao refletir sobre o nome que a esposa lhe escolheu, desiste e leva o bebê para o hospital para que seja operado. A hernia revela-se um tumor e o bebê sobrevive, porém com limitações. Bird decide encarar a situação; O bebê o fez mudar e torna-s responsável.
O próprio autor teve um filho que nasceu com problemas e o livro foi provavelmente uma catarse para o autor.
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