The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quarta-feira, 13 de abril de 2016

Teatro: Esperando Godot




Beckett depois de Shakespeare é meu autor de teatro favorito, mas Backett não escreveu muito como Shakespeare ou Brecht, então, esgota-se rápido a leitura de sua obra. Mas por alguma conjunção do acaso, talvez pelo centenário, ano passado, ainda se comemora esse ano 101 anos do nascimento do autor. Talvez por esse evento pude ver nas minhas idas a São Paulo, com essa inclusa, três peças dele. Uma sorte sem par. Já o bardo que completava 450 anos há pouco e prometia- se encenar 34 peças dele nada vi. Não sei que fim levou esse projeto que acontecia no CCSP. Enfim, sempre há Shakespeare, ainda que no Cultura Inglesa, em inglês, mas por ser muito fora de mão, acabo não indo. 

Depois de ler por duas vezes a peça Esperando Godot, seguia pensando como a maioria deve pensar que os dois velhinhos esperam por Deus. Pois Godot=God=Deus. Mas vendo a peça no palco entendi de pronto que eles esperam pela morte.

Beckett discute em todas as suas peças a questão da velhice, do abandono, do vazio. Para que serve um velho quando já não serve mais a ninguém? Esperar pelo seu fim. Esperar, se distrair, conversar, arranjar o que fazer. Nada a fazer. Muitos dias repetitivos, todos iguais, mais um dia e ufa. A velhice cansa, a ponto de querer-se abrevia-la. mas mesmo assim, espera-se pela morte que logo vem, Talvez, amanhã, ou daqui a pouco. E ela (Godot) virá, mas não se sabe quando. Esperemos. 


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