The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quinta-feira, 17 de março de 2016

Ebook: Número Zero

ecoAcho que desde A Ilha do Dia Anterior, 1994, que não lia um livro do Umberto Eco. Embora tenha dois no meu eReader. Bardolino e Número Zero. Eco precisou bater as botas para furar a fila de leitura. Tornou-se subitamente interessante. É assim que funciona. É um efeito psicológico. De repente o cara morre e fica em evidência. É novamente lembrado. As livrarias aproveitam para vender seus estoques, se ainda os tiverem. Felizmente tinha dois no meu estoque pessoal. Ainda achei outro de ensaios: Confissões de um Romancista.

Número Zero é um projeto de jornal do amanhã. O jornal em si se chama Amanhã. O objetivo é escrever matérias que serão de interesse do leitor dali há um ano. Reais ou inventadas. 

É claro que esse projeto misterioso e sigiloso vai despertar a atenção não só do leitor mas de alguém que pode querer sabotá-lo. 

O jornal Amanhã sairá da imaginação de sua equipe ou será sufocada por ameaças vindas de não se sabe onde e jamais será conhecido do público leitor. 

Para quem estuda jornalismo ou está no meio vai se identificar com modo de fazer um jornal. As discussões de pauta, as pautas fictícias ou inventadas. Obituários de mortos que não existem, apenas para preencher espaço ocioso, enfim, todas as possíveis táticas usadas pelos jornais, supomos que pelos de verdade também, para vender o jornal que enrola o peixe. Sim, porque a narrativa ainda se passa em tempos de jornal impresso.

É um texto leve, mas não convence. A trama descamba quando um dos jornalistas decide investigar a falsa morte de Mussolini. Alegando que quem morreu foi um sósia e ele, il Duce, estaria vivo na Argentina.

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