The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ebook: The Lower River

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No Brasil foi traduzido com o título de Rio Inferior. Por pura preguiça, admito vou colar um artigo (entrevista) que gostei. Mais tarde posso tecer algum comentário a mais.


"O escritor americano Paul Theroux, famoso por seus romances de viagem, se lembra até hoje com carinho do período em que foi professor voluntário no Malawi durante quatro anos. Aquela vivência, que aconteceu há 50 anos e foi fruto de sua vontade de fazer algo “positivo e pacífico” depois da Guerra do Vietnã, marcou para sempre sua literatura. Agora, os ecos dessa experiência surgem em seu novo romance, “O rio inferior” (Objetiva), que acaba de chegar às livrarias do país e marca um retorno da ficção de Theroux ao continente africano depois de mais de dez anos.
O romancista chegou a visitar, décadas depois, a escola onde ensinou, mas viu que ela “não tinha envelhecido bem”. Ao tentar deixar o local, foi impedido por dias de partir pelos moradores, numa experiência que descreve como “assustadora”. É o mesmo que acontece com Ellis Hock, protagonista do novo livro. Levando uma vida medíocre e em crise familiar, ele resolve voltar para o Malawi, onde foi voluntário quando jovem. Quando percebe que o lugar ficou decadente e decide ir embora, é impedido pelos locais, que estão de olho em seu dinheiro.
— Meu personagem quer voltar a um local onde foi feliz e pode ser feliz de novo. Mas é um erro, porque é óbvio que ele vai se desapontar — diz Theroux. — A motivação do protagonista para ir à África é comum: a ideia de que o viajante pode encontrar algo melhor longe de casa.

“O viajante deve ser otimista”

Theroux, que nasceu em uma casa com sete irmãos e começou a perambular pelo mundo a fim de “fugir da família”, nega que o romance traga uma visão pessimista do ato de viajar. Para ele, uma viagem é feita de duas metades: a busca de um destino e a fuga de algo.
— O viajante precisa ser otimista. É preciso acreditar que algo interessante existe no fim da estrada. E, sendo sincero, não sabemos quem somos até sairmos de casa — afirma o autor.
No novo livro, o escritor americano também se debruça sobre uma África diferente da que conheceu jovem, lá nos anos 1960. Na primeira vez em que o protagonista visita o local, por exemplo, o Malawi lutava por sua independência, o que enchia seus habitantes de esperança. Depois de governos autoritários e corruptos, diz Theroux, eles ficaram mais cínicos — e seu protagonista é uma vítima involuntária desse processo.
— Acho que essa história mostra um lado sombrio da natureza humana. E talvez o lado negro da exploração mútua entre as pessoas — afirma o autor.
É bom dizer: quando Paul Theroux fala de viagem, ele não quer dizer férias. Para o escritor americano, os dois são opostos. A viagem é “difícil, lenta, dolorosa”; as férias são sempre “alegres, prazerosas, confortáveis”.
— A viagem é um teste de caráter, autossuficiência e capacidade de adaptação. E, no fim das contas, deveria ser uma chance de fazer amigos. As férias são um teste de dinheiro, já que, em sua maioria, são caras. Mas viajar à moda antiga não deveria ser caro, e sim iluminador — diz Theroux."
Há também essa resenha de Cora Rónai.

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