"-Tudo acabou! - repetiu ele.- Se eu não fosse quem sou, se fosse o mais belo e
o mais inteligente dos homens sobre a Terra, e se fosse livre, pedir-lhe-ia, neste mesmo momento, de joelhos, a sua mão e o seu amor.
Natacha, pela primeira vez de há muito tempo para cá, foi acometida de um ataque
de choro, choro de reconhecimento e de emoção, abandonando a sala com um olhar
de agradecimento.
Pedro saiu logo atrás dela, refugiando-se, por assim dizer, no vestíbulo, enquanto sufocava as lágrimas de felicidade que lhe haviam subido aos olhos. E, enfiando a peliça ao acaso, subiu para o trenó que o aguardava.
- Aonde vamos agora? - perguntou o cocheiro.
«Aonde vamos?», repetiu Pedro de si para consigo. «Aonde poderemos ir agora? Ao
clube ou fazer visitas?» Tudo se lhe afigurava tão miserável, tão pobre, em comparação com os sentimentos de amor e doçura que o tinham invadido com aquele olhar comovido e cheio de reconhecimento, velado de lágrimas, que Natacha pousara nele." Liev Tolstói.
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