The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quinta-feira, 15 de setembro de 2011

A Árvore que Dança

Resultado de imagem para tatyana deborah colkerA primeira parte de Tatyana o espetáculo de dança de Deborah Colker me lembrou o peça da companhia de teatro gestual Dos À Deux, a peça Saudade em Terras D´ Água. Não pelo tema da peça, mas pela estrutura onde se passa toda a peça. A estrura que aparece na primeira parte de Tatyana é uma árvore imensa. Só quem sentar no nível do palco a verá por completo pois ela é mais alta que a boca de cena. A árvore de livros, como chamei e mas também a chamei de Cavalo de Tróia pois as bailarinas emergem de dentro do tronco.

Quem não conhece e nunca viu nenhuma exibição de Deborah Colker, como é o meu caso, pode ser induzido a crer que é ela que aparece em cena na figura de uma sósia loura. Mas não é ela. Ela até da uns rasantes em alguns momentos, talvez até para confundir.  Todavia esse estratagema somente será entendido na segunda parte do balé.

A primeira parte é a dança contemporânea que se apresenta. Com os já conhecidos malabarismos e cenário engenhoso, onde os bailarinos se exercitam. Desta vez, a árvore gigante. A luz pouco muda na primeira parte.

Na segunda parte faz-se presente o balé clássico. Mas elementos da tecnologia são usados para dar efeito de dimensões diferentes, e de espelho. Duas telas de projeção são usadas. A luz é um instrumento importante nessa parte do espetáculo. Ela delimita o espaço da cena. O efeito espelho fica claro e revela o porque de duas louras em cena. A bailarina que dança quase todo o espetáculo é o espelho de Deborah.

Pela minha pouco ou nenhuma experiência com dança contemporânea me é difícil entender.. Tudo parece-me caótico.Por isso a linearidade da segunda parte satisfaz mais e arrebata o público. E como se a primeira parte fosse feita para não decepcionar aqueles que já acostumados com o estilo de Deborah Colker vieram para ver isso mesmo, mas depois de satisfeito seu público vem a parte clássica. Alguns certamente não gostaram. Alguém encaminhando-se para o estacionamento disse: "É mais clássico." Que Deborah de tempos em tempos queira voltar ao clássico depois de consagrada no estilo contemporâneo é uma escolha das mais felizes, mas se ela resolver ficar nos clássicos ouvirá críticas e lamentos dos seus fãs. Por mim ela pode montar o Quebra Nozes e todos os balés clássicos que quiser. Como não acompanhei sua carreira anterior não estarei entre os que irão lamentar.

Este espetáculo, Tatyana é baseado no romance Eugênio Oneguin de do russo Alexander Púshkin. Ler o romance ou pelo menos se inteirar do enredo ajuda a entender a primeira parta do balé.

Se algum dia Deborah Colker encontrar com o pessoal do Dos à Deux e eles fizerem uma parceria entre o gestual do teatro e o gestual da dança que tipo de espetáculo aconteceria? Talvez já esteja acontecendo.

O Teatro Alfa é suntuoso e muito bom. Os melhores lugares são no meio. Mas para espetáculo de balé e orquestra não faz muita diferença, desde que se possa ouvir e ver.

Pode-se ir de bus a partir do Terminal Bandeira. O ônibus que passa perto é o 6450-10-Terminal Capelinha. Parada para descer é a  "Centro Africana" na Av. João Dias, uma parada antes da Ponte João Dias. Fique atento pois se não descer na Centro Africana terá que voltar pela ponte a pé ou tomar outro ônibus. Dá para ir de metrô e depois voltar pela ponte. Mas achei muita mão de obra. De ônibus leva aprox. uma hora. A rua que dá acesso ao Teatro chama-se Bento Branco de Andrade Filho. Fica à esquerda de quem vai, mas a placa só tem o nome Branco em destaque. O teatro fica no final da rua, núm,722. O mesmo bus tb. pode ser tomado na Av. 9 de Julho, na Av Santo Amaro e na Av. João Dias e muitas outras que convergem para essas avenidas. Quem está na Paulista pode tomá-lo em uma rua que sai do túnel e desemboca atrás do MASP.

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