The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Filme da Semana: Cartas para Julieta

Resultado de imagem para cartas para julietaFilmes água com açúcar são feitos para nos pegar em algum ponto e puxar riso e lágrimas. São feitos para o público feminino. Mas um filme água com açúcar com Vanessa Redgrave vale a água e o açúcar derramados. E o filme é ambientado na Toscana, o que também vale pelo efeito pictórico. Mas na verdade eu achei o filme insosso. Os atores pareciam estar passeando de carro, fazendo turismo e suas interpretações estavam num tom desconfortável. Não sei qual seria o tom certo. Mas me pareceu artificial.
Estive em Verona, mas, apenas na estação de trem ou nas proximidades. Preferi ir ao Lago de Garda que ir à cidade. Já no começo do filme me lamentei por não ter ido ao centro de Verona. Se sempre foi cheio de turistas, imagine depois desse filme.

E bom, não há muito mais a dizer. Não há grandes frases e as lições são aquelas de sempre: "Nunca é tarde pra voltar atrás e buscar a felicidade mesmo que ela esteja remotamente na Toscana e vc. tenha que vasculhar cada sítio em busca de seu primeiro amor. Não desista." Romântico. Sobretudo se vc. pode viajar num Alfa Romeu pela Toscana e ficar hospedado em belos hotéis. Me convivem para procurar alguém por lá que eu direi sim sem demora ou para fazer um filme assim que viro atriz em minutos.

E me espanta que sempre tem alguém que saiba de cor algum poema ou um soneto oportuno de Shakespeare, sem consultar o Google. Quem pensa assim esquece que a ficção tudo permite e nem precisa ser coerente com a realidade. Ficção é inventar uma não realidade.

Mas se tudo isso te embrulha o estômago melhor tomar um copo de água com açúcar e deixar pra lá. Aproveite o que resta: os sonetos melosos de Shakespeare e a trilha sonora do filme.

"De almas sinceras a união sincera
Nada há que impeça: amor não é amor
Se quando encontra obstáculos se altera,
Ou se vacila ao mínimo temor.
Amor é um marco eterno, dominante,
Que encara a tempestade com bravura;
É astro que norteia a vela errante,
Cujo valor se ignora, lá na altura.
Amor não teme o tempo, muito embora
Sua foice não poupe a mocidade;
Amor não se transforma de hora em hora,
Antes se afirma para a eternidade.
Se isso é falso, e que é falso alguém provou,
Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou."


Soneto 96






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