Depois de muitas tentativas, Victor consegue, juntando partes do corpo humano reanimar esse ser. Mas ele o faz gigante, do tamanho da sua obsessão e loucura. Faz um monstro, que só percebe quando o ser desperta. Ele acorda do frenesi da criação, percebe o que fez e imediatamente rejeita sua criação. Não é como Da Vinci que diz a sua estátua de Moisés: Fala! Ele fica mudo e horrorizado. Foge da criatura abandonando-o a um destino miserável de rejeição e solidão. A criatura até tenta aprender, se socializar, absorver sentimentos humanos, mas ao ser rejeitada, se entristece e depois se enfurece. Perde a fé no mundo e deseja com todas a forças se vingar de seu criador.
A criatura e o criador só vão se encontrar novamente numa caverna nos alpes suíços para o acerto de contas. A narrativa que a criatura faz de seu percurso desde que saiu do laboratório onde foi trazido a vida, apenas nos mostra que se Victor o tivesse acolhido, ensinado-lhe a ser um ser humano comum, a história poderia ser outra. Um monstro não é monstro por ter uma aparência monstruosa mas por ser rejeitado pelo mundo, por ser diferente. A figura grotesca da criatura a impede de estar no convívio das pessoas. Quem é mais monstruoso: os que enxergam o monstro ou os que são cegos?
Quem é a criatura? Ele representaria o medo do novo, da ciência, das descobertas, do progresso?
Os que não desejam que as coisas mudem, os conservadores, sempre atacarão os que forçarem o progresso atacando seus idealizadores, sejam na ciências, nas humanas ou na política.
Assim o embate entre criador e criatura é inevitável e o unica possibilidade de acalma-lo é dando a ele uma companheira, igual a ele com os mesmos defeitos para que juntos vivam afastados da civilização. Mas o pacto não é cumprido e a família de Victor é atacada. Uma caçada a criatura/criador é o gran finale. Ambos precisam ser destruídos por que ambos são monstruosos.
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