Foto: Jeane Dalbo-Quadra Costão do Santinho Resort |
Eu gosto de ouvir o tênis, mais que ver. O som da bola quicando, a batida da bola na raquete no saque e nas defesas, o escorregar dos pés no saibro, o bater a raquete na tênis para cair a crosta que se acumulou ali. Os urros quando são discretos e não gemidos a la Sharapova, não me incomodam. Mas batucadas, xingamentos ao adversário, xingamentos de baixo calão, lembranças à presidenta para que seja defenestrada do seu cargo, mi mi mis mil, bebida demais, isso me chateia.
Parece que não sabemos torcer e muito menos ser imparciais. Ok, a Copa Davis é um torneio de torcida única, pois o país que sedia o torneio leva essa vantagem, que pode ser muita se os jogadores forem bons, mas se forem não tão bons não fará muita diferença e se forem excepcionais também não. Aparentemente era a única falsa vantagem que o time do Brasil tinha nessa Davis, a torcida do seu lado. Se o Marin Cilic tivesse vindo o resultado poderia ter sido pior.
De modo geral havia ali a maior concentração de gente prepotente e sem educação do pedaço. De mais velhos, donde se espera o exemplo, aos de meia idade e até os de pouca idade.
Não costumo deixar passar a oportunidade de observar tais grupos em loco. É um momento muito rico de maus exemplos. De incivilidade. Educação formal pode até ser ensinada na escola, mas educação comportamental se aprende com a vida que nem sempre está a nosso favor.
Alguém diria que ali só tinha "coxinhas". Gente que anda com aquela camisa cujo logo é um cavalo e um jogador de pólo. Técnico de cadeira é patrocinado por essa marca? Gente que usa todas as marcas dos patrocinadores do tênis de campo ou do seu jogador favorito. Que seguem a manada. Que critica muito, mas não vão procurar se informar para saber se quem puxou o coro está mentindo ou sendo parcial, ou se há fundamento no que diz e faz. Pouco fazem e esperam usufruir muito de preferência com vantagens e se possível de graça. São esses que depois querem que o tenista vença por eles já que não podem entrar em campo. Que justifique a fortuna que gastaram para vir até Floripa. Então, quando não dá certo vão nas redes sociais destilar seu descontentamento, suas frustrações porque certamente se fossem eles dentro da quadra o resultado teria sido outro. Ledo engano. A vergonha teria sido maior. Só tinha esse tipo de gente (inclua-se os jogadores) na Capa do Mundo e o Brasil perdeu de 7 X 1. Se tivesse aqueles que realmente amam o futebol será que o resultado teria sido outro? Não dá para saber agora.
Mas o que eu estava fazendo ali? Apenas vendo a primeira partida de tênis profissional em minha vida. Só isso e já basta.
Mas o que eu estava fazendo ali? Apenas vendo a primeira partida de tênis profissional em minha vida. Só isso e já basta.
A Davis acabou. O Brasil caiu para segunda divisão e irá jogar na série B do tênis, mas só com países da América do sul. Pode levar décadas até termos mais tenistas num nível bom para subir alguns degraus e voltar a empolgar a torcida.
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