Para quem gosta de livro sobre imigrantes este é um livro bem fácil de ler e curto. Fala de uma família sem filhos que vem para o Brasil junto com um amigo que faz a vez do filho, já que para trabalhar nas fazendas tinha que ter uma família. Então eles faziam alguns cambalachos: um casal e o irmão ou irmã, dois irmãos e um amigo que passavam por um casal com filho.
Como já sabemos, os imigrantes foram enganados. Eles eram ludibriados com promessas e ao chegar a seu destino viviam como escravos: ganhando apenas para comer e às vezes nem isso.
A família que protagoniza a história depois de anos na condição de escravos de cafezais decide arrendar uma terra e trabalhar por conta. Ai a vida começa a melhorar um pouco, mas não muito. Quando mudam para São Paulo já tem filhos e os sonhos de voltar ao Japão são ceifados pela Seg. Guerra Mundial.
Há o natural conflito de identidade e a inadequação em aceitar que viver no Brasil implica em ser brasileiro.
Há os que não aceitam essa condição até hoje e se recusam a falar português. Mas na época retratado no livro era imperdoável querer ser gaijin assim como se interessar por brasileiros era assinar seu atestado de exclusão da comunidade e da família. Um nihonjin não casa com um gaijin
O pós guerra também foi difícil para a comunidade japonesa pois os mais radicais não acreditavam que o Japão havia perdido a guerra e a violência dos grupos nacionalistas que atuavam no país faz vítimas até na família do protagonista.
Por fim o narrador, neto do protagonista, vai trabalhar no Japão fechando o ciclo.
No meio dessa descrição tem boas histórias. Algumas tristes e sem final feliz, pois a cultura dos nihon a felicidade está no trabalho e na lealdade à família. Não havia lugar para liberdades individuais. Talvez para muitos ainda seja assim.
Nihonjin é o livro de estreia de Oscar Nakasato. Foi o livro que ganhou o Prêmio Jabuti de 2012.
Livro digital custa 9,90 e o no papel 12,90.
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