Livro :In to The Wild

Primeiro livro do ano: In to the Wild de Jon Krakauer. O livro que deu origem ao filme. Ambos são fracos. o livro é escrito por um alpinista que já escreveu outros livros sobre suas aventuras. Isso pode até lhe dar alguma credibilidade. Mesmo assim, pela pesquisa e pelo material que Kakauer reuniu, daria para escrever muito mais sem ficar enrolando com exemplos de outros que tentaram viver no selvagem e dele mesmo.

Duas capas do livro em inglês.

Talvez o autor tenha ficado com receio de idealizar demais uma aventura que poderia ser imitada levando muito mais tipos como Chris McCandless a fazer o mesmo. Cris queria ter uma experiência de imersão na natureza selvagem, mas esqueceu que vivemos na cidade há séculos e estar num lugar completamente isolado vivendo do que a natureza lhe oferece é um desafio que nem o seu guro Thoreau levou as últimas consequências. Até ele, um dia, cansou-se de viver na natureza e voltou para a civilização. Cris subestimou um dos ambientes mais hostis do planeta: o Alasca.

Cris tb. esqueceu que quando se vivia na natureza selvagem tinha-se o habito de viajar por longas extensões em busca de comida, ou seja, a comida não viria a ela como estava acostumado, ele teria que ir atrás dela. Não tinha conhecimento do lugar, não tinha sequer um mapa, não sabia onde estava se metendo, não tinha dados sobre as estações e sobre ciclo de daquele local, flora, fauna, temperatura e chuvas. Não tinha um plano de fuga e nem meios para pedir socorro. Ele considerou que não voltaria mais. Não considerou que poderia desistir e querer voltar. Quando ele quis voltar estava cercado por um pântanos, havia caça em abundância, pois era verão mas ela por si só não supria as necessidades. Faltou carboidrato na dieta dele. Cris entrou em profunda depressão, teria ficado doente, fraco, e, impossibilitado de buscar comida mais longe, morreu de fome. Se ele tivesse tentado sair pela parte seca teria se salvado. Pois a poucos quilômetros havia Dinali National Park que dá acesso ao Monte McKinley cheio de gente acampando. Se Cris tivesse um mapa da região teria sido fácil sair do lugar e pedir ajuda.

Talvez só tenha vivido tanto tempo porque teve a sorte ou azar de ter encontrado um ônibus com estufa, utensílios,colchão, deixados por caçadores. Se ele tivesse ficado na sua barraca, poderia ter desistido a tempo? Teria morrido antes? Como alpinista experiente que já foi ao Everest, Krakauer sabe como o planejamento e a estudo do local são importantes. Para Krakauer, Cris era um amador,um sonhador movido por livros de ficção como os de Jack London, Tolstoi, Troureau, entre outros. Tolstoi tentou viver na natureza, ao estilo de Thoreau, mas enfrentou grande resistência da família que não queria viver na idade da pedra podendo viver com conforto na cidade. Jack London não teve nenhuma experiência relacionada aos livros que escreveu.No final o autor defende a hipótese que Cris tenha ingerido alguma planta que o intoxicou e como estava muito fraco não teve tempo de se recuperar.

Quem diz que os livros são perigoso deveria dizer ao contrário, os leitores são perigosos pois tomam a ficção como realidade. Milhares de jovens, homens, morrem todos os anos por tentarem repetir a experiência de Jack Kerouac ou de Thoreau ou de outros indivíduos que tiveram sorte nas suas experiências. O que Cris levou em grande quantidade para seu exílio foi livros (mais de 20 volumes) e munição suficiente para anos de caça. Esse peso desnecessário poderia ter sido preenchido com comida, um bom guia e mapas. Se ele queria fazer um retiro de leitura e caça poderia ter ido para um parque entre os milhares disponíveis no seu país ou lugar onde a caça é permitida dentro de um certo limite de proteção.Mas o que um garoto de vinte e poucos anos poderia saber além da ilusão de saber?

O filme é um pouco melhor que o livro, pq. enfim, tem a vantagem do movimento. A trilha é uma das melhores que já ouvi, mas de alguma forma a edição não favoreceu tanto o filme.