The only real voyage of discovery consists not in seeking new landscapes, but in having new eyes. Marcel Proust


quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Tênis: Copa Davis: Momento Jogador de Pólo

Foto: Jeane Dalbo-Quadra Costão do Santinho Resort
No meio de um povo estranho. Apostando que a maioria ali é jogador de fim de semana, clubista, ou principiante entusiasmado. Basta olhar para os pés e ver o tênis "court" presente. Mas como de costume palpiteiro contumaz. Além de achar que se estivessem lá na quadra fariam melhor do que quem joga todos os dias muitas horas por dia desde criança. Se acham que são bons podem jogar contra Federer no vídeo game. Talvez ganhem e, bom, na real, é outra história. Talvez nem conseguissem sair do lugar.

Eu gosto de ouvir o tênis, mais que ver. O som da bola quicando, a batida da bola na raquete no saque e nas defesas, o escorregar dos pés no saibro, o bater a raquete na tênis para cair a crosta que se acumulou ali. Os urros quando são discretos e não gemidos a la Sharapova, não me incomodam. Mas batucadas, xingamentos ao adversário, xingamentos de baixo calão, lembranças à presidenta para que seja defenestrada do seu cargo, mi mi mis mil, bebida demais, isso me chateia.

Parece que não sabemos torcer e muito menos ser imparciais. Ok, a Copa Davis é um torneio de torcida única, pois o país que sedia o torneio leva essa vantagem, que pode ser muita se os jogadores forem bons, mas se forem não tão bons não fará muita diferença e se forem excepcionais também não. Aparentemente era a única falsa vantagem que o time do Brasil tinha nessa Davis, a torcida do seu lado. Se o Marin Cilic tivesse vindo o resultado poderia ter sido pior.

De modo geral havia ali a maior concentração de gente prepotente e sem educação do pedaço. De mais velhos, donde se espera o exemplo, aos de meia idade e até os de pouca idade.
Não costumo deixar passar a oportunidade de observar tais grupos em loco. É um momento muito rico de maus exemplos. De incivilidade. Educação formal pode até ser ensinada na escola, mas educação comportamental se aprende com a vida que nem sempre está a nosso favor.

Alguém diria que ali só tinha "coxinhas". Gente que anda com aquela camisa cujo logo é um cavalo e um jogador de pólo. Técnico de cadeira é patrocinado por essa marca? Gente que usa todas as marcas dos patrocinadores do tênis de campo ou do seu jogador favorito. Que seguem a manada. Que critica muito, mas não vão procurar se informar para saber se quem puxou o coro está mentindo ou sendo parcial, ou se há fundamento no que diz e faz. Pouco fazem e esperam  usufruir muito de preferência com vantagens e se possível de graça. São esses que depois querem que o tenista vença por eles já que não podem entrar em campo. Que justifique a fortuna que gastaram para vir até Floripa. Então, quando não dá certo vão nas redes sociais destilar seu descontentamento, suas frustrações porque certamente se fossem eles dentro da quadra o resultado teria sido outro. Ledo engano. A vergonha teria sido maior. Só tinha esse tipo de gente (inclua-se os jogadores) na Capa do Mundo e o Brasil perdeu de 7 X 1. Se tivesse aqueles que realmente amam o futebol será que o resultado teria sido outro? Não dá para saber agora.

Mas o que eu estava fazendo ali? Apenas vendo a primeira partida de tênis profissional em minha vida. Só isso e já basta.

A Davis acabou. O Brasil caiu para segunda divisão e irá jogar na série B do tênis, mas só com países da América do sul. Pode levar décadas até termos mais tenistas num nível bom para subir alguns degraus e voltar a empolgar a torcida. 


Nenhum comentário: