Não se pode dizer que as pinturas de Clarice tenham sido uma obra de arte. Embora qualquer coisa hoje seja arte. Ela mesma desdenhava dos seus quadros. Eram um ponto de fuga para ela. Um meio de sair do lugar comum. De esvaziar a mente dos afazeres e da mesmice do cotidiano. Ler seus poucos quadros como arte ou como um mapa para entender o que e como ela escrevia é coisa de acadêmico em busca de um tema para sua tese de mestrado ou doutorada. Talvez, se estivesse viva, ela já teria dado fim nelas ou não permitiria que fossem mostrados. Mas foram e são. Pertencem ao acervo da Fundação Casa Rui Barbosa. Algumas são pueris, outras são sinistras, mas há muitas delas que são vibrantes e coloridas. Há boas surpresas nessa coleção de 20 quadros.
Clarice se interessava por arte em geral. Tem uma coleção de retratos seus. O mais famoso foi feito pelo pintor italiano De Chirico. Sendo esposa de diplomata ela tinha oportunidade de conviver com artistas e visitar museus nos muitos países onde viveu. A pintura esteve muito presente na sua vida adulta.
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